“Se for controlada, a inflação é uma boa maneira de ver o crescimento do país”, administrador explica como a deflação e o IPCA influenciam na vida do brasileiro

O que se espera é que haja uma retomada econômica, porém, não é uma certeza, já que as Eleições influenciam diretamente neste setor.


Inflação, IPCA, PIB. São tantos fatores que mexem diariamente com a economia do nosso país e influenciam diretamente em nossa vida e muitas vezes nem nos damos conta. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) vem sofrendo quedas e chegou a 0,36%, sendo a segunda deflação no período de julho a agosto, desacelerando para 8,73% no acumulado em 12 meses. O principal item que tem puxado o IPCA para baixo são os combustíveis. Nos últimos dois meses, constatamos uma redução drástica no custo nas refinarias e isso refletiu também nas bombas. Em contrapartida, alguns alimentos sobem, outros caem, mas no geral, se mantêm instáveis.

Procurado pelo Evidenciador, Guilherme Suetake, Administrador explicou que o IPCA é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo e mede a inflação de alimentos, serviços e produtos diversos.

“Tudo aquilo que a gente consome, está ficando mais caro e quando cai, aumenta o nosso poder de compra. E essa queda beneficia a todos, porém, a classe mais baixa é a que mais sente, porque tem um orçamento mais enxuto, então consegue ter acesso a produtos com mais facilidade e consequentemente, consumir um pouco melhor ou até poupar e fazer investimentos”.

Guilherme explicou que, quando o governo quer abaixar a inflação, a taxa SELIC sobe para que o dinheiro seja tirado de circulação.

“Com a taxa elevada, compensa para os empresários investir o seu dinheiro do que colocar no mercado. Da mesma forma as famílias. Quando você tem uma certa reserva, compensa deixar no banco do que gastar. Então, controla a demanda do produto e com menos dinheiro em circulação, menos pessoas consomem e o preço tende a cair, porque os atacadistas e varejistas não vão conseguir vender tanto, então baixam o preço para atrair os clientes. Dessa forma, quando a SELIC sobe, existe um movimento de queda no IPCA. E o contrário também ocorre. Quando o governo quer estimular a economia, abaixa-se a taxa para estimular os grandes empresários e investidores a tirar o dinheiro dos bancos e colocarem na economia, porque os juros estarão baixos, e, consequentemente precisa buscar outras formas de investimento para obter mais retorno. Com isso, as pessoas consomem mais e isso gera crescimento econômico e PIB, mas gera também, um pouco de inflação porque os lojistas veem que os consumidores estão comprando e querem ganhar mais, onde há o aumento dos preços. Mas, se for controlada, a inflação é uma boa maneira de ver o crescimento do país”, apontou.

Segundo o Boletim Focus do Banco Central, a expectativa é que no final do ano, haja uma inflação acumulada de aproximadamente 6,6%.

“Isso quer dizer que no período haverá uma queda nesse segundo semestre, já que o IPCA chegou a bater nos últimos 12 meses, cerca de 10%. Então, essa deflação que temos visto nos últimos meses tem puxado esse valor para baixo e a expectativa é de que continue caindo. A previsão da taxa SELIC é que se mantenha em 13,75%, porque o Banco Central já a elevou demais. No final do ano passado, estava cerca de 2% e agora vemos quase 14%, isso é o reflexo do IPCA. A previsão para o dólar é que fique algo em torno de $ 5,20”, mencionou.

Outro ponto que também afeta a economia são as Eleições que acontecem no dia 02 de outubro em todo o Brasil.

“No mercado financeiro, esperamos a definição das Eleições para fazer algum tipo de previsão. De forma global, verifica-se uma tentativa de retomada econômica, tanto no Brasil como lá fora; tudo reflexo do pós-covid, já que a pandemia trouxe diversos danos para a economia e a gente pôde observar uma inflação alta em todos os países. Foi um movimento geral, onde tiveram que aumentar os juros para tentar controlar a inflação por parte da oferta. O que a gente espera é que tenhamos uma retomada econômica, porém, é difícil prever devido a esse fator”, destacou o profissional.

Autor da matéria: Pâmela Pires

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