- Evidenciador ,
- 13 jun 2025
Contrariando as pesquisas que mostravam Javier Milei na terceira posição na Paso (Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias) das eleições da Argentina, o economista libertário de direita surpreendeu e venceu as eleições que definem os candidatos que disputarão o primeiro turno da eleição presidencial de 22 de outubro – um eventual segundo turno está previsto para 19 de novembro. Ele obteve 30,31% dos votos e tornou-se o protagonista do pleito, que disputará com a ex-ministra de Segurança Patricia Bullrich e o ministro da Economia, Sergio Massa. A coalizão opositora Juntos por el Cambio (Juntos pela Mudança, centro-direita) obteve 28,25% dos votos no somatório de seus dois candidatos, Bullrich e o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta. A governista Unión por la Patria (União pela Pátria, peronismo), do peronista Sergio Massa, atual ministro da economia, obteve 27,07% dos votos. Milei, apesar de estar na terceira posição nas pesquisas, há tempos vinha se destacando e chegou a ser apontado como o favorito para as eleições, mas sofreu altos e baixos. Alcançar bons números nas primárias era uma fora de mostrar seu peso. Conhecido como Bolsonaro Argentino, ele é admirador do ex-presidente do Brasil e de Donald Trump. Jair Bolsonaro mandou um vídeo apoiando Milei nas primárias.
Com a crise econômica que assola a Argentina, uma inflação que chega a 115% interanual e a pobreza em ascensão (40%), o discurso de Milei contra o que chama de “casta política” capitalizou o descontentamento. Embora quase sempre tenham vivido em uma economia em crise, os argentinos sofrem neste momento com os piores indicadores em 30 anos. “Conseguimos construir esta alternativa competitiva que dará fim à casta política parasitária, que rouba, inútil”, declarou Milei em seu primeiro discurso após o anúncio dos resultados. “Estamos em condições de vencer a casta no primeiro turno”, acrescentou.
As eleições de domingo, com participação de 69% dos mais de 35 milhões de eleitores, dividiram o eleitorado em três partes de peso similar. A Argentina é a terceira maior economia da América Latina e um importante exportador mundial de alimentos. Ao mesmo tempo, tem de cumprir um acordo de 44 bilhões de dólares (R$ 216 bilhões, na cotação atual) com o FMI. Nestas eleições, também foram escolhidos os candidatos às eleições legislativas parciais, que renovam parte do Congresso, a prefeitura da capital e o governo da província de Buenos Aires.